15 de novembro de 2007

Banda de um homem só

Essa noite o rufar da batera
Arrebenta o assoalho da Terra
Sob os calcanhares, fendas, crateras

Essa noite, à guisa de baixista,
Dez falanges batem quatro listras
E fazem vibrar a massa sobre a pista

Essa noite o riff da guitarra traz o tom
Enlouquecidos se entregam ‘Caralho! É muito som!’
E no improviso do solo, solas saem do chão

Essa noite, entre palmas e coros, a voz
Liberta em refrão as gargantas dos nós
Num doce falsete, ecoam velados sentimentos
Em bárbaros gritos, estraçalham-se tormentos

Essa noite, entre metais e palhetas,
Um açoite de pedais e baquetas
Rasga no peito o silêncio costumeiro
E mais que homem-banda, sou homem inteiro.



Essas rimas eu dedico aos meus amigos da família Nery e ao André Roque, os maiores apaixonados por música que conheço!

2 comentários:

Unknown disse...

Porra, Dandan, que maneiro, bicho. A letra é contagiante, despojada e bem construída! Tem tudo para virar música.
Muito legal mesmo!
Fico feliz por participar do "momento criativo"! hehehe

Anônimo disse...

Daniel, seu poema pede pra ser musicado! E além de ser muito bom, ele é quase uma reza para aqueles que amam música. Parabéns!!!